o quarto de lys e fadel
falei dos vasos que cairam dos apartamentos
sabia que a parada do onibus não saia do lugar
porque o ceu de bage e petrolina são diferentes
e a verdade não era minha
falei das casas
falei dos nossos costumes
desisti de não tentar
ouvi voce falar das pracas
e senti tremula quando falava da sua terra
entao
senti que era hora
de falar do meu quarto
dos retratos
das poesias
da maneira que eu chamava o lugar dos computadores
mas não era isso que queria
sinto uma tristeza incomun
lembro das vezes que olhei pra o teto na cama pensando em voce
daí dizeste
do dia que mandou a mgs
da vez que caiu da escada
pra pegar a carta embaixo da porta
sentado sobre as maos
observando o novo horizonte que nascia
ela sentia o cheiro da carta
as manchas da caneta tinteiro dizendo que sentia dor de estar longe
ela repulsava e não acreditava no que estava lendo
ele batia na porta
ela não via
ele batia na porta
disso dependesse do quarto dela
tao claro
seu ritual de trocar de blusa nunca fazia
chorava por nada
enquanto ele batia na porta
sentia algo que nunca sentiu
via no cinema
na rua
nos livros
aquilo que lhe dava
medo
e no comeco desconfianca
lhe comia por dentro
como uma cancao que não parava de tocar
a nossa cancao
a nossa
e nos finais de contos de fadas sempre terminam com final feliz
não era contos,ela dizia
curiosamente passava ao longe um anjo abencoado os dois
e vale a pena viver cada minuto contigo minha guria
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